Quanto à Gramática, distinguem-se dois vocábulos diferentes:
1 — O primeiro, fluido, tem o “U” tônico e divide-se em duas sílabas: FLUI-DO. Se te lembras de teu tempo de colégio, o UI aqui é um ditongo. Este vocábulo tem o sentido genérico de “líquido”: mecânica dos fluidos, fluido de freio; “a Aids se transmite pela troca de fluidos do corpo”. Modernamente, acho que passou também a significar algo “gasoso”; pelo menos, é o que sugere o uso que dele fazem as pessoas místicas: “Nesta sala há maus fluidos“, “podem-se perceber os bons fluidos“, etc. Em todos os exemplos acima, é classificado como substantivo; às vezes é usado como adjetivo (ainda com o mesmo sentido de “líquido”): “estava muito quente, e o mel ficou mais fluido“; “Ó formas vagas, fluidas, cristalinas” (no antológico poema Antífona, de Cruz e Sousa).
2 — O segundo, fluído, tem o “I” tônico; é uma palavra de três sílabas (FLU-Í-DO). É o que chamamos de hiato, lembras? Aliás, é exatamente por ser um hiato que o I precisa levar esse acento gráfico. Agora estamos diante do particípio do verbo fluir (“correr, transcorrer”), formado da mesma maneira que caído (de cair) e saído (de sair): “As horas tinham fluído sem que nós nos déssemos conta”; “todo o óleo tinha fluído para o chão da garagem”. Nota que os dois vocábulos são diferentes na pronúncia, na grafia e no sentido.
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