* Para facilitar o entendimento, usei barras (/) para indicar a palavra escrita como deve ser pronunciada na leitura.
Muitos dirão “se não tem acento agudo, então o som é fechado”, mas na verdade é justamente o contrário, se não tem acento circunflexo é aberto, ou na verdade seria antes da reforma ortográfica de 1971, que removeu o acento diferencial de várias palavras como pilôto (substantivo), côr (vermelho, amarelo, etc), êle (pronome), govêrno (substantivo), êste (pronome). Veja que justamente as palavras com som fechado que ganhavam o acento. As suas correspondentes homógrafas, de som aberto, não continham acento: piloto /pilóto/ (do verbo pilotar), cor /cór/ (coração), ele /éle/ (o nome da letra L), governo /govérno/ (verbo), este /éste/ (sinônimo de leste). O nome da letra E nunca teve acento.
Podemos notar também que o nome das letras com som fechado contém acento circunflexo: bê, cê, dê, gê, pê, quê, tê, vê, zê. Já as que tem som aberto não têm acento agudo: e, efe, jota, ele, o, erre, esse. Sobram o eme e ene, que, têm som anasalado por estarem antes de M e N, e não têm acento. E e O não levam acento no nome, e tem som aberto, assim como todas as vogais: /á/, /é/, /í/, /ó/, /ú/.
Na maioria dos mais importantes dicionários, como Michaelis, Houaiss, Priberam, Aulete e as versões mais antigas do Aurélio, você vai encontrar as seguintes definições:
e - /é/ S. M. Quinta letra e segunda vogal do alfabeto português.
o - /ó/ S. M. Décima quarta letra e quarta vogal do alfabeto português.
Nas versões mais recentes do Aurélio, já pode-se encontrar /é/ ou /ê/ e /ó/ ou /ô/, indicando que as duas formas são válidas. Isso ocorre porque a língua é viva e está em constante transformação, e, aparentemente, o Aurélio se adapta mais rápido a essas transformações do idioma.
Algumas regiões pronunciam com som fechado por influência de outros idiomas que usam o som fechado, como italiana ou espanhola. Especialmente italiana que teve grande imigração para o Brasil. É até possível encontrar dicionários de português para falantes de italiano que indicam a pronúncia dessas vogais com som fechado.
Conclusão: Historicamente, e em outros países que falam a língua portuguesa, o correto é o som aberto /é/ e /ó/, mas, no Brasil, culturalmente falando, ambas as formas são aceitas, levando-se em conta as regiões e suas influências.
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